Tinha escolhido os melhores acessórios, não sabia se colocava um cinto de couro, ou algo mais brilhante, coloquei meu All Star de cano médio, deixei meus cabelos soltos, depois de jogar bastante na internet o horário de sair chegou, naquela hora bem pontual chegou Samuel. Entrei no carro e fui com ele.
-Que produção é essa garota? –Disse ele sorrindo e colocando uma música de hip hop gospel.
-Nenhuma, uma boa menina sempre está bem vestida! –Eu ri.
-Que isso? Que bom que você vai hoje ao ensaio, estou te achando mais pra lá do que pra cá!
-Nada a ver!
-Tudo, mas não vou te encher, por que não canta hoje lá, os meninos quando juntam fazem aquela festa.
-Vocês não vão querer me ouvir cantar.
-Por quê? Sua voz é linda!
-Vocês são muito envolvidos com Deus, eu não sou tanto assim.
-Misericórdia, o que foi?
-Desculpa, eu nem sei o que estou falando! –Não queria que eles me dessem lição.
-Tudo bem! –Samuel ficou mais em silêncio, não sabia se orava ou se pensava nas minhas palavras, já que ele amava tanto a Deus.
-Tudo bem?
-Sim! –Ele sorriu e mudou a música, colocou uma adoração. –Já estamos chegando.
Era um lugar muito bonito, pelo visto não era barato, dava para escutar o barulho de uma sala, deveria ser a deles. Quando entramos vi uma galera, deveria ter umas 25 pessoas lá dentro, o grupo era de 14 garotos, deveriam estar lá os professores, amigos, namoradas que estavam na sala. Tinham muito espelho e um som ótimo.
-Nossa que bagunça gente calma aí, vamos orar agora! –Disse o líder deles, pastor Carlos.
-Oi! –Disse Clara me comprimentando.
-Oi Clara!
-Oi linda! –Disse Samuel.
-Oi Samuel. Vamos sentar, aqui, com todas essas pessoas a coisa fica difícil! –Sentamos e nos levantamos de novo, pois toda a sala ficou em silêncio e o pastor orava.
-Senhor nós agradecemos por estarmos aqui nesse lugar a qual o Senhor concedeu, não queremos fazer bonito para nós mesmos, nem para aqueles que nos assistam de certa forma, queremos que tudo exalte ao Senhor. Obriga por tudo! Amém.
Eu Clara e Samuel sentamos, todos iam se comprimentando até que a sala ficou em ordem e os meninos começaram a ensaiar. O som deles foi uma mistura de música, tinham um estilo diferente e muito legal. Sons como de Pettidee, KJ-52, Canton Jones e outros nacionais.
-Fala menina, que bom que veio! –Disse Rafaela.
-Oi Rafaela! –Eu disse a comprimentando.
-Rafa pega pra mim um copo com água? –Disse Samuel.
-Folgado, pega você! –Disse Clara.
-Que hospitalidade! –Disse Samuel se levantando e Rafaela se sentou no lugar dele.
-Gente eu estou muito feliz, cara, o Vinicius está cada dia melhor! –Vinicius era namorado de Rafaela, os dois era um casal lindo.
-Não é por nada, mas agora não quero namoro não! –Disse Clara.
-Sério? –Eu disse.
-Sim, pra quê? Complicação! –Ela riu.
-Já entendi. –Eu disse.
-Liga não Eduarda, ela acabou de sair de um relacionamento e fica assim. –Falou Rafaela.
-Não sabia. –Eu disse.
-Faz uns dois meses, mas está tudo bem, não estou sofrendo, nem nada, Deus na minha vida é maior que isso tudo!
-Com certeza! –Disse Rafaela.
-Posso interromper a conversa das queridas? –Disse Samuel.
-Não! –Disse Clara, logo em seguida rindo com Rafaela e eu entrando no meio.
-Fica calmo Samuel. –Eu disse.
-Senta aqui! –Disse Rafaela.
-Obrigado! –Disse ele.
Estava bem animado o lugar, o ensaio não era tão aberto assim, somente àqueles mais chegados estavam lá dentro. Eles dançavam muito bem, no final do ensaio assim que terminou a oração muitos começaram a ir embora, ver Rafaela e Vinicius juntos era uma coisa linda, era tipo o casal fofo do grupo.
-Escuta Samuel, obrigado por me trazer, eu me diverti muito aqui com você e as meninas. –Eu disse. Estávamos somente eu, Clara e Samuel na sala.
-Você não viu nada! –Disse Clara.
-Pior que é verdade! –Disse Lucas entrando na sala.
-Nossa! O que estou perdendo? –Eu disse.
-Ah, agente podia ir tomar um sorvete! –Disse Clara.
-O que você acha Lucas? –Disse Samuel.
-Por mim tudo bem. –Disse ele pegando a mochila.
-Ah, perto de mim assim você não vai! –Disse Clara, eu acabei rindo.
-Nossa! Nojenta, tudo bem, eu vou tomar um banho! Eu ia mesmo!
-Credo! –Disse Samuel rindo.
-Não liga não! –Disse Lucas para mim.
-Vamos logo! –Disse Clara.
De lá fomos à casa de Samuel, Lucas tomou banho, fiquei conversando com Clara enquanto Samuel e Lucas estavam no andar de cima.
-Não liga! Eu sempre brinco com eles mesmos! –Disse ela.
-Tudo bem! Já acostumei. –Eu disse.
-Eu gostei de ter conhecido você, sério! –Eu sorri.
-Por quê?
-Ah, tem tantas garotas metidas dentro da igreja, infelizmente! Eu ando muito com os meninos do grupo de dança, com o Lucas, por exemplo, e você vê garotas se aproximando, só por causa disso!
-Disso eu entendo muito bem! Mas não se preocupe, sabemos que disso Deus não agrada que a garota tem que ter noção e se valorizar! É só um grupo de garotos.
-E que não tem nada a oferecer de verdade, no fundo fica sempre o vazio! –Vazio aquela palavra dizia muito que eu sentia.
-Você é bem extrovertida, nossa! Vocês têm uma intimidade muito grande!
-Temos mesmo! E esses meninos estão demorando, ficando pior que nós!
-Isso é verdade! –Rimos. –Podíamos marcar uma hora dessas de sair, ia ser legal!
-Agente marca, sabe sua prima?
-A Liliam?
-Isso, produtora de moda, lá da igreja! Ela me falou algumas vezes de você, e pelo que ela falou não mentiu.
-O que ela disse? –Eu sorri.
-Sobre seu jeito, ela disse que vocês são bem unidas, mas como ela tem trabalhado muito não está tendo muito tempo para se verem.
-Sim, é verdade. Ela é maluquinha, mas muito amiga. –Liliam era minha prima, tinha vinte e três anos e era muito descolada, produtora de moda e estava noiva. Era uma pessoa muito legal.
Naquela hora os meninos desceram, Samuel e Lucas estavam bem arrumados.
-Meninas parem com essa fofoca, isso não é bom! –Disse Samuel.
-Samuel! Que produção é essa? –Eu disse.
-Feiosa! –Disse Samuel.
-Lucas não ficou atrás não Eduarda! –Clara riu. Eles se sentaram no sofá.
-Então, vamos à sorveteria? –Disse Lucas.
-Ah... –Eu sussurrei.
-O que foi? –Disse Samuel.
-Sei lá, agora desanimei! –Eu disse.
-Não tem problema, a sorveteria vem até nós! –Eles riram.
-O quê? –Disse Clara.
-Nossa! Vamos ligar pra lá e pedir. –Disse Lucas.
-Vamos chamar a Julya! –Disse Clara.
-Sei não! –Disse Samuel sorrindo.
-E Samuel, chama a garota. –Disse Lucas.
Samuel pegou o telefone e ligou para a sorveteria pedindo dois potes de sorvetes de variados sabores. Em seguida Clara ligou para Julya.
-Gente a Julya disse que está chegando e que é para preparar a música. –Disse Clara.
-Começou! –Disse Lucas.
-O quê? –Eu disse.
-Nada! –Disse ele sorrindo.
-Desculpe! –Eu disse rindo. O pessoal lá estava bem alegre.
-Gente, vocês querem ver alguma coisa? –Disse Samuel.
-Sim! –Disse Lucas.
-Eu quero. –Eu disse.
-O que tem? –Disse Clara.
-Filme, série, desenho. –Disse Samuel, Clara riu.
-O que foi? –Disse Samuel.
-Nada! Sabe como sou. –Disse ela sorrindo.
-O que você acha Lucas?
-Ah Samuel, coloca uma série.
-O que vocês gostam? –Disse Samuel.
-Eu curto comédia.
-Pode ser! –Eu disse.
Samuel acabou colocando uma série, ela era um pouco antiga, uma família rica e nela havia um sobrinho que deixava seu tio louco, era uma série bem legal. Enquanto assistíamos o sorvete chegou. Samuel foi buscar. A casa de Samuel era muito grande e bonita.
-A Julya está demorando, não acha Lucas? –Disse Clara.
-É. - Disse ele, parecia não estar satisfeito.
-Olá meninos! –Disse a mãe de Samuel descendo a escada.
-Oi! –Nós a comprimentamos. A mãe de Samuel se chamava Rita, era uma mulher simpática.
-Onde está Samuel? –Disse ela.
-Ele foi buscar o sorvete dona Rita. –Eu disse.
-É mesmo? –Naquela hora entrou na sala Samuel e Julya.
-O que foi mãe? –Disse ele.
-Estava perguntando onde você estava, oi Julya!
-Olá Rita. Oi gente! –Disse ela.
-Oi! –Nós a comprimentamos. Julya se sentou ao lado de Clara.
-Prepararam a música? –Disse ela colocando sua bolsa do lado.
-Não, o que você diz Lucas? –Disse Clara.
-Quem sabe? –Disse ele.
-Mãe me ajuda aqui. –Disse Samuel.
-Vamos à cozinha. –Disse Rita. Eles foram.
-Então, o que estavam fazendo? –Disse Julya.
-Nada amiga, só assistindo televisão.
Paramos de conversar e esperamos Samuel voltar, alguns minutos depois ele voltou junto com sua mãe. Cada um com uma bandeja na mão onde havia taças, cheios de sorvetes.
-Que delícia! –Disse Lucas.
-Nossa! –Disse Julya.
-Podem se servir! –Disse Rita. Ela pegou uma taça e foi para o andar de cima. Todos pegaram uma taça com sorvete, Samuel se sentou o lado de Lucas.
-Velho, porque vocês não assistam outra coisa? Um jogo... sei lá! –Disse Samuel.
-Fica na sua, as meninas estão se divertindo. –Disse Lucas.
-Já sei, o Lucas podia tocar uma música! –Disse Julya.
-Não Julya, tomando sorvete? –Disse Lucas.
-É mesmo, vai Lucas, toca? –Disse Clara.
-Não Clara! –Disse Lucas.
-É mesmo, Eduarda, vai até o escritório e pega um violão Giannini que tem lá, por favor. –Disse Samuel.
-Ok! –Eu disse me levantando. Fui até o escritório, não tinha ninguém, peguei o violão, que era muito bonito e dei na mão de Samuel.
-Fala sério! –Disse Lucas pegando o violão, eu me sentei, Samuel desligou a televisão.
-Que música? –Disse Julya.
-Uma de Black! –Disse Clara.
-Adoração. –Disse Julya.
-O que você acha? –Disse Samuel.
-Não tenho um tom, não tenho palavras e nem acorde! –Disse Lucas.
-Essa não é uma canção de amor! –Disse Samuel.
-Eu grito para Deus que me socorra, porque vocês são ótimos amigos! -Disse Lucas.
Ele sorriu e começou a tocar uma música linda com um toque que me deixava tranqüila, Lucas tinha uma voz linda sem falar no timbre, ele cantava muito bem, todos os acompanhavam e eu admirei vendo aquilo.
-Pronto! –Disse Lucas sorrindo.
-Você canta bem! –Eu disse.
-Obrigado, eu sei que você também canta, porque não canta? –Disse Lucas e eu sorri.
-Não, que isso? –Eu disse.
-Canta Duda! –Disse Samuel.
-Não, podem parar! –Eu disse um pouco tímida.
-Deixa gente! –Disse Clara. Lucas sorria, começou tocar algumas músicas, as horas foram passando e foi ficando tarde.
-Gente eu vou embora! –Disse Julya.
-Eu também vou nessa! –Disse Clara.
-Fica mais, gente! –Disse Samuel.
-Não, vou mesmo, eu vou com você Julya. –Disse Clara.
-Tudo bem, mas você fica Duda, eu vou levar vocês se quiserem. –Disse Samuel.
-Leva! –Disse Julya.
-Ah, e agente? –Eu disse para Lucas.
-Quer ir junto? –Disse ele.
-Gente, fica aí, eu volto já. –Disse Samuel.
-Tchau, foi muito bom conversar com você Eduarda. –Disse Clara.
-Foi bom conversar com você também, tchau! –Eu disse.
-Tchau Lucas! –Disse Clara.
-Tchau! –Disse Lucas.
-Tchau gente! –Disse Julya.
Eles foram embora. A mãe de Samuel desceu novamente pegando as taças e bandejas.
-Vocês devem estar com fome. Vou fazer um lanche! –Disse ela.
-Não tia, pode ficar despreocupada. –Disse Lucas.
-Lucas? Só porque Eduarda está aqui? Esse menino come muito Eduarda, você não tem idéia. –Eu acabei rindo.
-Que isso tia? Nada a ver! –Disse Lucas, parecia estar sem graça.
-Está bem! –Disse dona Rita indo à cozinha.
-Não fica assim! –Eu disse.
-Ela é assim mesmo, sempre querendo nos colocar a vontade! –Disse Lucas.
-Sim, mas que foi engraçado isso foi! –Eu sorria.
-Que meiga!
-Nossa! Fazer o quê?
-Você gosta muito de música, não é?
-Sim, por quê?
-Percebi como olhava quando eu tocava.
-Eu gosto a verdade que eu queria muito tocar violão.
-E por que não aprende?
-Ah, sei lá!
-Quer aprender uma coisa? Pega o violão. –Disse ele pegando o violão e se aproximando.
-Ok! –Eu peguei o violão e ele se assentou ao meu lado.
-É bem fácil, agora você vai fazer um ‘sol’.
-Ok! Vamos brilhar! –Eu disse sem pensar, ele riu.
-Coloca seu dedo assim, mas não deita o dedo, bem na ponta. –Disse ele pegando minha mão e colocando nas cordas do violão me indicando como fazer.
-Assim? –Eu perguntei.
-Isso, está saindo! Viu? É fácil! –Disse ele.
-É, mas, ai meus dedinhos! –Eu sorri.
-Meninos vocês querem café? Leite, achocolatado? –Disse Rita.
-O que a senhora preparar está bom tia. –Disse Lucas.
-Pode falar, você sabe que eu gosto que vocês falem.
-Está bem, café com leite, pão de queijo, biscoito, mão e muita mortadela! –Disse Lucas sorrindo.
-Não disse que ele come muito! –Disse Rita.
-Eu só estou brincando, o que a senhora preparar está bom tia, não é Eduarda?
-Sim, com certeza! –Eu disse.
-Sei! Tudo bem preparar o que você disse, não precisa ficar com vergonha da moça! –Disse Rita. Eu e Lucas rimos. Ela voltou para a cozinha.
-Às vezes penso que ela é meio doida! Mas sei que ela só quer agradar! –Disse ele.
-É verdade! Ensina outra? –Eu disse, parecia doce perto de criança, amava muito a música.
-Ensino, faz um ‘dó’ - Disse ele me indicando. Comecei a tocar.
-Isso garota! –Ele sorria, eu gostei muito de ter conhecido Lucas.
-Gente, essas meninas! –Disse Samuel entrando na sala.
-E aí? –Disse Lucas.
-O que vocês estão arranjando? –Disse Samuel colocando a chave do carro em uma mesinha.
-Ele está me ensinado umas notas musicais! –Eu disse sorrindo.
-Que legal isso aí Lucas seja prestativo! –Disse Samuel.
-Até parece! –Disse Lucas. Eu continuava tentando fazer as notas. Rita veio até nós.
-Já está pronto, oi filho, onde estava?
-Eu fui levar as meninas mãe, vamos comer gente, que a larica...
-Sua mãe estava preparando um lanche gostoso pra nós. –Disse Lucas. Eu coloquei o violão do lado.
-Então vamos! –Disse Rita.
Levantamos e fomos até a cozinha, nos sentamos à mesa, Rita havia preparado um ótimo café da tarde, a mesa estava linda.
-Agora você pode orar Lucas. –Disse Samuel.
-Está bem! –Fechamos os olhos. –Senhor, que bom que a minha tia preparou tantas coisas deliciosas para esse café, que o Senhor venha retribuir a hospitalidade dela em dobro e abençoe Senhor este café. Amém!
-Amém! –Todos disseram.
-Caraca, minha tem o dom! –Disse Samuel.
-É verdade! –Eu disse.
-Podem ficar a vontade, ainda bem que a dispensa está cheia, se não Samuel, íamos ficar sem comida hoje! –Disse Rita, Samuel começou a rir.
-Para com isso! –Disse Lucas. Tomamos café, Rita se retirou e ainda estávamos na mesa.
-Já está tarde, eu vou pra casa, nem sei como até agora minha mãe não me ligou! –Eu disse.
-Fica mais, você não pode? –Disse Lucas.
-Não sei, eu tinha alguma coisa para fazer hoje e nem me lembro. –Eu disse.
-O que faz geralmente esses dias? –Disse Samuel.
-Quase nada, tenho aula de canto... Nossa! Eu tenho aula de canto. –Olhei as horas no celular. - Eu vou ter que ir mesmo. Foi muito bom passar à tarde com vocês!
-Agente leva você, calma! –Disse Samuel.
-Mas eu tenho que ir agora! –Eu disse.
-Quantas horas é sua aula? –Disse Lucas.
-Oito da noite.
-Agente leva você! –Disse Samuel.
-Então podemos ir agora? –Eu disse.
-Sim! –Nos levantamos e fomos ao carro de Samuel, saímos da casa dele, Samuel começou dirigir.
-Foi muito legal aprender aquelas notas! –Eu disse.
-Que isso? Sempre que precisar, pode contar! –Disse Lucas.
-Isso aí Duda, não é a toa que é meu primo, ele tem moral! –Disse Samuel. Nós rimos.
-Foi muito bom passar à tarde com vocês! –Eu disse.
-Foi mesmo, ter a Clara lá em casa é muito bom! –Disse Samuel.
-Nossa! –Eu disse.
-O que foi? –Disse Samuel.
-Nada não! –Disse Lucas.
-Eu não a entendo. –Disse Samuel.
-Eu entendo, ela não quer um garoto que fica em cima o tempo todo, Clara quer alguém que prove a ela que não é um cara ruim, ela quer alguém que a ame e leve-a ao altar! –Eu disse.
-Essas meninas! –Disse Lucas.
-Sério Lucas, ela quer uma pessoa que a conquiste de verdade! Amor não é só palavra, amor é muito mais que isso! –Eu disse.
-Tudo bem! –Disse Samuel.
-Eu concordo! –Disse Lucas rindo me fazendo rir também.
-Eu não sou o tipo de pessoa que quer fazer essas coisas, de não dar valor a ela. Ela nem liga pra mim! –Disse Samuel.
-Mas, conquista amigo, nos mínimos detalhes, não precisa ficar enviando coisas caras, ou palavras que tiram lágrimas de emoção!
-Escuta ela marmota! –Disse Lucas.
-Eu estou escutando! –Disse Samuel.
-São muito engraçados vocês! –Eu disse.
-Eu não fiz nada de errado! –Disse Samuel.
-Já estamos chegando, tchau gente! –Eu disse.
-Tchau Eduarda, se der vai ao culto de jovens sábado, vai ser bem louco! –Disse Lucas.
-Se der eu vou sim! No TT agente se fala! Tchau, até mais! –Eu disse.
-Tchau! –Disseram eles.
Fui para casa, quando cheguei minha mãe não estava, só meu pai.
-Oi filha! –Disse ele.
-Oi pai, tudo bem? –Eu disse.
-Sim, onde estava?
-Na casa da Rita, mão do Samuel.
-Sim, sua mãe foi ao mercado, não vai à aula hoje?
-Sim, eu vou tomar um banho bem rápido e o senhor me leva?
-Levo! Ande rápido!
Tomei um banho, coloquei meu All Star, uma calça Jeans que amava bem preta e uma blusa bem discreta, meu celular começou a tocar, era Gustavo me ligando.
-Oi amor! –Eu disse atendendo.
-Oi linda, como você está?
-Bem e você?
-Bem, estava em casa?
-Não. Tinha saído hoje.
-Onde?
-Fui ver um ensaio de um grupo de dança da igreja com os meus amigos de lá.
-Foi bom?
-Sim! Depois fui pra casa do Samuel.
-Pra casa do Samuel?
-Isso, com as meninas tomar sorvete e o primo dele.
-Sei!
-O que foi?
-Nada, já estou com saudade de você!
-Agente marca de se ver!
-Amor, eu vou à sua casa no domingo, está bem?
-Sério? –Eu fiquei bem feliz.
-Sim!
-Ok, eu tenho que ir pra aula, beijo.
-Beijo! –Terminei a chamada.
Fiquei feliz por ele ter tomado àquela atitude. Meu pai me levou para a aula, fiz tranquilamente, depois que cheguei a casa e dá uma passada na geladeira para comer um gostoso pudim da minha mãe fui para meu quarto. Preparando para dormir me lembrava de tudo o que havia passado, foi muito bom o dia, fiquei junto com meus amigos da igreja que conhecia mais a cada dia que passava. Lucas me demonstrou ser alguém especial, Samuel o mesmo menino pouco mimado, mas muito amigo de sempre, e amei vê-lo apaixonado, melhor, amando Clara que era uma garota super legal. Quando já estava deitada, meu celular começou a tocar.
-Oi! –Eu disse.
-Oi amiga, sou eu, Vanessa.
-O que foi?
-Nossa! O que foi digo eu.
-Desculpe você não me liga essa hora, está tudo bem?
-Sim, e você?
-Sim!
-Parece feliz.
-E estou bem feliz!
-O que aconteceu?
-Saí com uma galera hoje muito animada e louca!
-É mesmo? Quanto tempo que agente não sai? Não vão as compras?
-Ai, para com essas coisas. Eu estou falando de coisas legais, de verdade.
-É! Isso é importante.
-Tudo bem, desculpe! Amiga agente combina de sair.
-Ok! Está desculpada, boa noite!
-Boa noite! –Fui dormir.
Parte 4 - Uma prima legal!
No dia seguinte acordei atrasada, demorei a levantar, tomei café bem rápido e fui para a escola com meu pai. Quando cheguei à sala depois de passar pelos armários encontrei Vanessa e Aline.
-Olha só amiga, a senhorita fina que é bem reservada chegou! –Disse Vanessa.
-Oi meninas! –Eu disse.
-Oi, como você está? –Disse Aline.
-Bem e vocês? –Eu disse.
-Bem! –Disse Aline.
-Bem! –Disse Vanessa.
-Agente podia combinar de sair. –Disse Aline.
-Já sei, vamos hoje depois do almoço no shopping! –Disse Vanessa.
-Hoje, quinta-feira...
-‘Hoje, quinta-feira. ’ Por favor! Você vem? –Disse Vanessa.
-Sim Vanessa, acalme-se!
-Ok! –Disse ela sorrindo e me dando um abraço.
Na hora do intervalo fui conversar com Samuel que estava perto da turma dele de skatistas.
-Oi Samuel! –Eu disse.
-Oi Eduarda! –Disse ele sorrindo.
-E aí? –Eu disse, ele foi se afastando um pouco dos amigos comigo.
-Bem, e você?
-Bem! Foi tão bom ontem! –Eu disse.
-Curtiu, não é? Gostou do Lucas? –Disse ele.
-Ele é gente boa, curti muito!
-Ele é mesmo, melhor que muitas pessoas que eu conheço.
-Como assim?
-Nada, ele gostou de ter conhecido você também.
-Para com isso, eu estou te entendo. Eu gosto do Gustavo.
-Sei, eu não insistir porque não quero ser chato.
-Obrigada!
-Onde ele está?
-Ele quem?
-Gustavo.
-Porque você quer saber?
-Não é hora de você vê-lo?
-O que você tem contra ele?
-Duda, eu gosto muito de você, eu quero te ver bem e eu acho que ele não é a melhor opção pra você.
-Mas eu acho Samuel.
-Desculpa.
-Tudo bem, as meninas estão no meu pé pra sairmos pro shopping.
-Nossa! você e as patricinhas.
-Para seu chato, eu vou ir.
-Tudo bem. Eu vou ver Gustavo.
-Tchau!
-Tchau!
Fiquei um pouco com Gustavo, depois de acabar os horários Vanessa e Aline foram para minha casa, lá arrumamos para ir ao shopping. Quando chegamos sentamos elas olhavam catálogos, e selecionava em que loja ia enquanto eu mexia na internet pelo celular.
-Já sei, vamos comprar calça! –Disse Vanessa.
-Que programa chato! –Eu disse.
-O quê? –Disse Vanessa.
-É verdade! –Eu disse.
-Calma gente! –Disse Aline.
-Vamos curtir alguma coisa juntas. –Eu disse.
-O quê você sugere? –Disse Aline.
-Sei lá, vamos ao cinema, comer um hambúrguer, essas coisas! –Eu disse mais animada.
-Vamos comprar! –Disse Vanessa.
-Vamos fazer os três! –Disse Aline.
-Espertinha! –Eu disse sorrindo.
-Nossa! –Disse Vanessa.
A idéia de Aline foi boa, primeiro Vanessa insistiu que comprássemos as roupas, ela escolheu três calças bem justas, dois saltos e um tênis. Era uma garota que gostava muito de se arrumar. Aline também comprou duas blusas, uma de frio e um sapato baixo. Ela era muito fofa. Assim que terminamos compramos lanche e fomos ao cinema. Quando o filme acabou Vanessa havia dormido. Tiramos foto dela, foi divertido. Ela não ligou muito. Quando já estávamos voltando recebi uma ligação, era de minha prima Liliam.
-Oi Duda! –Disse ela.
-Oi Liliam, como você está?
-Bem e você?
-Bem!
-Da uma passada aqui.
-É claro, vou agora. –Liliam era produtora de moda. Eu gostava muito de ir a casa dela, pois lá havia um espaço somente para o trabalho dela. Além de vê-la.
-Então ok, te esperando! –Disse ela.
-Beijo e prepara o café! –Ela riu. Terminei a chamada, já estávamos a pegar o táxi.
-Meninas, eu vou ter que ir pra casa da minha prima.
-Tudo bem! –Disse Aline.
-Agente se vê mais tarde! –Disse Vanessa, nos despedimos, peguei um táxi e fui para a casa dela.
Era uma casa bonita, a cara dela, bem criativa que ficava no ponto excelente da cidade, ela estava noiva, mas já era bem independente.
-Oi Duda! –Disse ela me dando um abraço.
-Oi Liliam! –Eu disse.
-Menina, entra, tem várias novidades aqui. –Disse ela bem animada, lá eu me sentia mais em casa, a decoração era bem legal, cara de um adolescente criativo. Estava tocando Black Music gospel, ela fazia parte da mesma igreja que eu.
-O que você tem?
-Trabalhando aqui em umas peças pra uma cliente. Ela gosta de moda urbana, essas coisas. –Fomos até a sala onde ela deixava tudo.
-Legal essa saia. –Eu disse pegando em uma saia.
-Sim, ela é linda, o Lucas me falou de você. –Disse ela.
-É? –Levei um susto quando ela disse aquilo.
-Sim, vocês estavam na casa do Samuel.
-Foi ontem.
-E aí?
-O quê?
-Como foi?
-Muito legal, tínhamos visto o ensaio de um grupo de dança, depois agente foi pra casa do Samuel, aí o Lucas até me ensinou umas notas.
-Sério?
-Sim!
-Ele é bem dedicado. Mora aqui perto. Senta aí. –Nos sentamos.
-Porque não me da uma idéia? Eu estava querendo ajudar um amigo com um tênis, ele quer uma marca no tênis só dele.
-É, pra mim isso é um pouco difícil.
-Tudo bem!
-E o Rodney?
-Ai, nem fala, agente está ajeitando tudo para o nosso casamento.
-Que legal.
-Eu o amo demais!
-Que bom, o acho o cara certo para você. O que ele acha de você morar sozinha?
-Não gosta muito, ele fica, sei lá, com medo, porque eu moro sozinha, não gosta, mas ele entende. Eu sou o tipo independente que gosta de conquistar as coisas.
-Sei como é! Agora, o Lucas te falou alguma coisa?
-Não! –Ela sorriu.
-Não?
-Como assim?
-Sei lá, você que tocou no assunto.
-Ah, ele conhece o Rodney e faz parte da igreja, agente se viu ontem à noite quando o Rodney me levou para comer encontramos o Lucas, ele também estava com a família dele, a irmã dele, e então ele comentou comigo.
-Entendi, é uma pessoa legal.
-Vem pra cá no sábado?
-Ah, não sei se dá!
-Para com isso, você não faz nada, vem pra cá que agente programa uma coisa legal pra fazer à tarde, chamo o Rodney, a Clara o Lucas, o Samuel. A galera.
-Ok!
-Vai ser muito bom, agora olha essas roupas!
Ela me mostrou algumas roupas e eu gostava muito de ver. Assim que terminou de fazer as obrigações nos sentamos na sala.
-Eu estou muito feliz com o Rodney! –Disse ela.
-Dá para perceber! Vocês pretendem continuar aqui ou mudar de cidade?
-Aqui, eu amo aqui e ele também, mas temos que estar no centro da vontade do Senhor!
-Sim! –Era legal isso, você gostar tanto de um Deus que abre até mão do que quer, ou melhor, era loucura como muitos pensam.
-Ele tem sido muito bom comigo, e você e o Gustavo? –Não queria que ela perguntasse.
-Vai bem!
-Vai mesmo? –Ela me olhou de um jeito, de desconfiança.
-Vai... Agente, sei lá, parece que estamos passando por uma crise.
-Crise?
-Sim.
-Quer falar?
-Ai, eu não sei o que está acontecendo, ele está muito afastado, eu escuto minhas amigas da escola falar coisas dele que ele não fala comigo, ele sai muito com os amigos dele, mas, nossa! Agente mal se vê.
-Você gosta dele.
-Gosto.
-Gosta mesmo?
-Gosto, mas sinto que o sentimento que eu sinto por ele está desgastado, não é a mesma coisa.
-É assim mesmo, agente fica preocupado, você é uma menina muito linda, não queremos te ver sofrendo, você é nova e tem muita coisa pra descobrir.
-Mas eu gosto dele.
-E ele?
-Ele gosta.
-Confia em Deus, Ele só nos dá o melhor, no tempo Dele, na hora certa e quando estamos preparados.
-Está bem!
-Vamos tomar um café?
-Vamos.
-O Samuel me contou à piada que foi o café de vocês! –Ela disse rindo.
-Nem fala!
-Nossa! Deus é muito bom!
Ela tinha uma maneira de falar de Deus, como se Deus fosse o amigão dela. Fomos tomar o café.
-Faz tanto tempo que eu não te escuto cantar. –Disse ela.
-É!
-Canta?
-Não Liliam.
-O que foi?
-Nada!
-Sei! Tudo bem, sábado eu quero fazer aquele almoço especial!
-Nossa! Você vai ter que me ensinar a fazer algumas coisas gostosas.
-Claro, como está à tia?
-Vão bem, todos os dois.
-Que bom!
-Eu vou ter que ir pra casa, mas agente se fala.
-Está bem!
Fui para casa, já estava anoitecendo, meus pais estavam na sala sentados e conversando.
-Oi Eduarda! Vem aqui filha! –Disse minha mãe.
-Oi mãe! –Eu disse.
-Oi Eduarda! –Disse meu pai. Fui até eles e me sentei.
-Oi, o que foi?
-Estou programando uma viajem da igreja de missão, a curto prazo.
-Quando pai?
-não é por agora, mas já estou avisando com antecedência, sabe que a empresa meu irmão vai estar no meu lugar por esses dias e que você tem que estar junto com sua mãe.
-Sim, com certeza.
-Tudo bem? –Disse ele.
-Tudo bem pai!
-Onde estava? –Disse minha mãe.
-Na casa da Liliam, me desculpe eu não avisei, empolguei tanto, mas foi muito bom estar lá, me convidou sábado para almoçar com ela, daqui a pouco temos casamento.
-Sim! Ela é uma pessoa maravilhosa! –Disse minha mãe.
-Domingo eu chamei o Gustavo para vir aqui.
-Sim! Vemos muito pouco!
-Eu vou subir e tomar um banho.
-Está bem, vamos comer agora mesmo, dona Clarisse está preparando.
Dona Clarisse era uma senhora simpática que tomava conta da minha casa, não sempre, só quando minha mãe precisava. Fui para meu quarto, sentei na cadeira da mesa do computador, liguei ele. Peguei meu celular e liguei para Gustavo.
-Oi amor! –Disse ele.
-Oi, como você está?
-Bem, estou aqui em casa, minha mãe vai viajar. Então eu estou ajudando ela. –Escutava um barulho.
-Quem está aí?
-O Bruno.
-Entendi!
-Vem pra cá?
-Amor, eu vou jantar agora com meus pais, não sei se dá. Saí o dia todo.
-Você está cansada meu amor?
-Um pouco, sábado eu vou sair e ir pra casa da minha prima Liliam.
-Sei, quem mais?
-Ela o noivo dela, os meninos da igreja, não sei ao certo, ela que vai chamar.
-Tudo bem, sábado a noite quer sair?
-Sim! Aonde vamos?
-Escolhe aí você me fala.
-Está bem! Eu vou desligar amor.
-Está bem, tchau, beijo!
-Tchau, beijão!
Tomei banho, assim que me troquei fui mexer no computador, nada demais, nem todos que eu queria conversar estavam on-line, Aline, porém estava. Ela se conectou por chamada de vídeo.
-Amiga! –Disse ela.
-Oi!
-Nossa, está sozinha?
-Não, meus pais estão aqui.
-Um tédio, o Felipe vai vim aqui pra casa hoje.
-E seus pais?
-Não estão.
-Seus pais deixam?
-Lógico que não, mas você entende!
-Não, você o chamou pra sua casa sendo que seus pais não estão?
-É. Por quê?
-Que tipo de garota você é?
-Nada a ver!
-Eu sei que você não pensa mal, sei lá se pensa, mas se seus pais não deixam, porque você vai desobedecer? E se ele não tiver boa intenção?
-Mal? Que mal! Eu penso o seguinte, chega uma hora que temos que encarar as coisas, eu amo o Felipe ele vale a pena!
-Entendi! Eu vou desligar, beijo e se cuida!
-Beijo! -Disse ela.
Terminei a ligação, o dia parecia estar sendo muito longo, não mexi no computador, mas deitei e fui dormir e descansar um pouco. Levantei dez horas da noite achando que era cinco da manhã, mas estava com fome, vi logo no relógio do meu celular as horas certas. Saí do quarto e vi que meus pais já estavam deitados, fui até a cozinha e a luz de fora estava acesa, só dona Clarisse fazia aquilo, pois quando entrava em casa que era bem cedo não gostava do escuro, abri a geladeira e peguei queijo, mortadela, suco. Fui até o armário e peguei pães, fiz igual a um misto e coloquei nas microondas e enquanto esquentava eu ligava para Samuel.
-Oi! –Disse ele.
-E aí?
-Tudo bem?
-Sim!
-Bem, pensei que já estava dormindo.
-Estava, mas não jantei e acordei com fome, espera um minuto. –Peguei o lanche e coloquei na bancada me sentando. –Pronto.
-Sem brincadeira em? –Eu ri.
-É! Fui à casa da Liliam. Passei o resto da tarde com ela.
-Que legal, ela é muito talentosa, o Lucas está aqui.
-Manda um abraço pra ele!
-Lucas, para de comer, a Duda te mandou um abraço. –Disse Samuel para Lucas, eu pude escutar uma conversa muito animada e então escutei Lucas.
–Oi Eduarda! –Disse ele.
-Oi!
-Não liga para esse doido aqui, como você está?
-Tudo bem! Não ligo não, eu estou bem e você?
-Bem! Só repassando o convite, não esquece se sábado der vai lá à igreja! Vai ser bem legal.
-Ok!
-Um abraço!
-Outro! –Samuel pegou o celular.
-E então?
-Para de zoar ele, fica falando que ele só come! –Samuel começou a rir. –Para de rir.
-Ah, você está gostando, não é?
-Do quê?
-Deixa, não quero deixar você maluca!
-Nossa! Eu vou comer boa noite!
-Boa noite!
Lanchei e assim que terminei enviei uma mensagem para Gustavo. ‘Tão especial! Saudade de você, boa noite’ e fui dormir. No dia seguinte fui para a escola, minha mãe não ia estar em casa no almoço e meu pediu para eu ir almoçar com ele. Conversei com Vanessa e Aline na hora do intervalo.
Olá meninas! –Eu disse me sentando junto delas.
-E que milagre é esse? –Disse Vanessa.
-Nossa! Eu não posso falar com vocês?
-Claro! –Disse Aline.
-Vai ter uma festa nesse final de semana, na casa do Marcelo! –Disse Vanessa, Marcelo era um garoto popular da escola. Bonito, metido.
-Eu não quero ir! –Disse Aline.
-Está maluca? –Disse Vanessa.
-Sabe o que rola lá, bebidas, idiotices, até sexo, eu não estou a fim. –Disse Aline.
-Quem fala? –Disse Vanessa.
-Vanessa? –Disse Aline.
-O que foi? –Disse Vanessa.
-Calma gente! –Eu disse.
-Eu amo estar no meio deles, são legais, principalmente o Marcelo!
-Acho que o Felipe vai ir. –Disse Aline.
-E você também. Vamos Eduarda? –Disse Vanessa.
-Não, acho que não vai ser uma boa!
-Por quê?
-Não, eu vou curtir meu final de semana!
-Sei! Acho que o Gustavo vai! –Disse Vanessa.
-Acho que não! –Vanessa às vezes era muito mimada, queria do jeito dela.
-Tem certeza? –Disse ela.
-Vanessa, deixa de ser mimada! –Eu disse.
-Ai, tudo bem! –Disse ela.
Na sala de aula meu pensamento voava às vezes me sentia sozinha, aquela época de menininha do papai onde eu realmente era feliz na inocência não existia mais. Ficava pensando nas amigas que eu tinha. Até que meu professor se dirigiu a mim sobre a matéria de revisão.
-Eduarda, qual mais se aproxima do zero absoluto? –Disse o professor de Física, Roberto.
-Oi? –Eu disse.
-Qual se aproxima mais do zero absoluto?
-Não sei! –Que vergonha eu senti naquela hora.
-Presta atenção na aula. –Alguns até riam, resolvi prestar atenção. Fui para casa, era enfim sexta-feira, eu podia fazer alguma coisa. Liguei para Gustavo.
-Oi amor! –Disse ele.
-Oi!
-Como você está?
-Bem, mas com um tédio!
-Fica assim não.
-Vai à festa?
-Festa?
-A do Marcelo.
-Não!
-Tem certeza?
-Não. Mas o que você resolveu?
-Vamos nos ver, hoje, ou amanhã.
-Que tal hoje, amanhã e depois?
-Pode ser! -Eu sorri.
-Nos vemos daqui a duas horas.
-Tudo bem!
-Na sua casa ou na minha?
-Pode ser na sua, minha mãe não está aqui. Tem alguém aí?
-Minha tia, pode vir.
-Está bem!
Tomei um banho, quando fui à cozinha encontrei dona Clarisse.
-Olá dona Clarisse! –Eu disse a comprimentando.
-Oi Eduarda! –Disse ela, dona Clarisse tinha 55 anos de idade.
-Tudo bem?
-Sim e você?
-Bem!
-Almoce, sua mãe volta às quatro.
-Sim, eu vou até a casa do Gustavo.
-Está bem! –Almocei, quando terminei enviei um torpedo pra minha mãe dizendo que ia a casa dele. Peguei um táxi e fui.